Música em esperanto: Malsamoj inter versioj
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Ao contrário da pujante [[literatura]] em esperanto, a '''música''' — a outra forma de expressão artística intimamente ligada à língua — só muito recentemente atingiu um nível mínimo de cultivo no seio da comunidade esperantófona. Os motivos para isso são fáceis de diagnosticar: enquanto que para escrever (e até publicar) uma obra escrita, mesmo magistral, são necessários recursos relativamente escassos e de fácil acesso, para produzir um fonograma, seja qual for o suporte final, eram necessários (até há bem pouco tempo) meios de acesso muito restrito, disponíveis apenas com um recurso que, ao contrário do talento, escasseia no meio esperantista: o dinheiro. | Ao contrário da pujante [[literatura]] em esperanto, a '''música''' — a outra forma de expressão artística intimamente ligada à língua — só muito recentemente atingiu um nível mínimo de cultivo no seio da comunidade esperantófona. Os motivos para isso são fáceis de diagnosticar: enquanto que para escrever (e até publicar) uma obra escrita, mesmo magistral, são necessários recursos relativamente escassos e de fácil acesso, para produzir um fonograma, seja qual for o suporte final, eram necessários (até há bem pouco tempo) meios de acesso muito restrito, disponíveis apenas com um recurso que, ao contrário do talento, escasseia no meio esperantista: o dinheiro. | ||
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Ainda assim, foi possível nas últimas décadas publicar algumas obras de qualidade crescente, encontrando‑se hoje em dia disponíveis algumas centenas de títulos de música em esperanto, editados em vários suportes (vinil, cassete e compacto). É de notar que existe já uma etiqueta que edita exclusivamente em esperanto (Vinilkosmo, França) e um estúdio dirigido em regime de cooperativa para músicos esperantófonos (Pigo‑Studio, Suécia). | Ainda assim, foi possível nas últimas décadas publicar algumas obras de qualidade crescente, encontrando‑se hoje em dia disponíveis algumas centenas de títulos de música em esperanto, editados em vários suportes (vinil, cassete e compacto). É de notar que existe já uma etiqueta que edita exclusivamente em esperanto (Vinilkosmo, França) e um estúdio dirigido em regime de cooperativa para músicos esperantófonos (Pigo‑Studio, Suécia). | ||
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As áreas cobertas, embora escassamente, são as mais variadas: o bel‑canto, clássico e barroco (Vaselin D<span class="fam">amânov</span>, Alberta C<span class="fam">asey</span>), o gregoriano e o cânone (Kvartet’ Suha, Akordo), a ''opera buffa'', o cabaré e o ''vaudeville'' (Emily B<span class="fam">arlaston</span>), o ''folk'' e o etno (Kajto, Oliver T<span class="fam">zaut</span>), o ''rock'' sinfónico e experimental (Solo, Vladimir S<span class="fam">oroka</span>), a bossa nova (Flávio F<span class="fam">onseca</span>, Luanda C<span class="fam">ozetti</span>, Aaron K<span class="fam">oenig</span>), o ''hard rock'' (Kredo, Team’), o ''afro‑rock'' e o ''high life'' (Afrika Espero), o ''pop‑rock'' (Amplifiki, Persone, La Rozmariaj Beboj), o ''heavy metal'', o ''garage'' e o ''trash'' (Piĉismo, La Forfikulo) — e mesmo o nosso fado (Faria de B<span class="fam">astos</span>). | As áreas cobertas, embora escassamente, são as mais variadas: o bel‑canto, clássico e barroco (Vaselin D<span class="fam">amânov</span>, Alberta C<span class="fam">asey</span>), o gregoriano e o cânone (Kvartet’ Suha, Akordo), a ''opera buffa'', o cabaré e o ''vaudeville'' (Emily B<span class="fam">arlaston</span>), o ''folk'' e o etno (Kajto, Oliver T<span class="fam">zaut</span>), o ''rock'' sinfónico e experimental (Solo, Vladimir S<span class="fam">oroka</span>), a bossa nova (Flávio F<span class="fam">onseca</span>, Luanda C<span class="fam">ozetti</span>, Aaron K<span class="fam">oenig</span>), o ''hard rock'' (Kredo, Team’), o ''afro‑rock'' e o ''high life'' (Afrika Espero), o ''pop‑rock'' (Amplifiki, Persone, La Rozmariaj Beboj), o ''heavy metal'', o ''garage'' e o ''trash'' (Piĉismo, La Forfikulo) — e mesmo o nosso fado (Faria de B<span class="fam">astos</span>). | ||
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No entanto a forma mais popular e frequente de música em esperanto é justamente aquela que mais se adequa às necessidades e características de um público disperso e eclético, aliadas à escassez de recursos materiais: Os chamados “''bardoj''” (aprox., ="cantautores") — de estilo musical variável e diverso, acompanhados de guitarra solo, que compõem, improvisam, gravam e fazem digressões — são estes o que há de mais característico na música cantada em esperanto. A citar, de entre os mais populares das décadas mais recentes, [gastoj.htm#fjomo JoMo] (Jean‑Marc L<span class="fam">eclercq</span>), Miqaĭl B<span class="fam">ronŝteĭn</span>, Gianfranco M<span class="fam">olle</span>, Ẑomart A<span class="fam">mzeev</span>, Roman B<span class="fam">ura</span>, Nataŝa G<span class="fam">erlaq</span>, Jacques Y<span class="fam">vart</span>, Jerzy H<span class="fam">andzlik</span>, ou Vladimir X<span class="fam">ixkin</span>. | No entanto a forma mais popular e frequente de música em esperanto é justamente aquela que mais se adequa às necessidades e características de um público disperso e eclético, aliadas à escassez de recursos materiais: Os chamados “''bardoj''” (aprox., ="cantautores") — de estilo musical variável e diverso, acompanhados de guitarra solo, que compõem, improvisam, gravam e fazem digressões — são estes o que há de mais característico na música cantada em esperanto. A citar, de entre os mais populares das décadas mais recentes, [gastoj.htm#fjomo JoMo] (Jean‑Marc L<span class="fam">eclercq</span>), Miqaĭl B<span class="fam">ronŝteĭn</span>, Gianfranco M<span class="fam">olle</span>, Ẑomart A<span class="fam">mzeev</span>, Roman B<span class="fam">ura</span>, Nataŝa G<span class="fam">erlaq</span>, Jacques Y<span class="fam">vart</span>, Jerzy H<span class="fam">andzlik</span>, ou Vladimir X<span class="fam">ixkin</span>. | ||
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Os temas interpretados são frequentemente de produção original, não raro com textos de poetas esperantistas, embora sejam também frequentes as traduções de temas provenientes de tipos musicais muito característicos desta ou daquela cultura (como no caso do fado) ou de ''covers'' da música popular internacionalizada — estes últimos mais para serem cantados por entusiastas do que para uma apresentação em palco ou estúdio. Marginalmente, não é de deixar de referir a utilização que tem sido dada ao esperanto por músicos não‑esperantistas, desde as ocasionais interpretações de Elvis C<span class="fam">ostello</span> à utilização menos clara (mas nem por isso menos digna de nota) no [[Cinema|''clip'' de lançamento]] de ''HIStory'' de Michael J<span class="fam">ackson</span>. | Os temas interpretados são frequentemente de produção original, não raro com textos de poetas esperantistas, embora sejam também frequentes as traduções de temas provenientes de tipos musicais muito característicos desta ou daquela cultura (como no caso do fado) ou de ''covers'' da música popular internacionalizada — estes últimos mais para serem cantados por entusiastas do que para uma apresentação em palco ou estúdio. Marginalmente, não é de deixar de referir a utilização que tem sido dada ao esperanto por músicos não‑esperantistas, desde as ocasionais interpretações de Elvis C<span class="fam">ostello</span> à utilização menos clara (mas nem por isso menos digna de nota) no [[Cinema|''clip'' de lançamento]] de ''HIStory'' de Michael J<span class="fam">ackson</span>. |
Nuna versio ekde 19:06, 12 nov. 2013
muziko.htm
Ao contrário da pujante literatura em esperanto, a música — a outra forma de expressão artística intimamente ligada à língua — só muito recentemente atingiu um nível mínimo de cultivo no seio da comunidade esperantófona. Os motivos para isso são fáceis de diagnosticar: enquanto que para escrever (e até publicar) uma obra escrita, mesmo magistral, são necessários recursos relativamente escassos e de fácil acesso, para produzir um fonograma, seja qual for o suporte final, eram necessários (até há bem pouco tempo) meios de acesso muito restrito, disponíveis apenas com um recurso que, ao contrário do talento, escasseia no meio esperantista: o dinheiro.
Ainda assim, foi possível nas últimas décadas publicar algumas obras de qualidade crescente, encontrando‑se hoje em dia disponíveis algumas centenas de títulos de música em esperanto, editados em vários suportes (vinil, cassete e compacto). É de notar que existe já uma etiqueta que edita exclusivamente em esperanto (Vinilkosmo, França) e um estúdio dirigido em regime de cooperativa para músicos esperantófonos (Pigo‑Studio, Suécia).
As áreas cobertas, embora escassamente, são as mais variadas: o bel‑canto, clássico e barroco (Vaselin Damânov, Alberta Casey), o gregoriano e o cânone (Kvartet’ Suha, Akordo), a opera buffa, o cabaré e o vaudeville (Emily Barlaston), o folk e o etno (Kajto, Oliver Tzaut), o rock sinfónico e experimental (Solo, Vladimir Soroka), a bossa nova (Flávio Fonseca, Luanda Cozetti, Aaron Koenig), o hard rock (Kredo, Team’), o afro‑rock e o high life (Afrika Espero), o pop‑rock (Amplifiki, Persone, La Rozmariaj Beboj), o heavy metal, o garage e o trash (Piĉismo, La Forfikulo) — e mesmo o nosso fado (Faria de Bastos).
No entanto a forma mais popular e frequente de música em esperanto é justamente aquela que mais se adequa às necessidades e características de um público disperso e eclético, aliadas à escassez de recursos materiais: Os chamados “bardoj” (aprox., ="cantautores") — de estilo musical variável e diverso, acompanhados de guitarra solo, que compõem, improvisam, gravam e fazem digressões — são estes o que há de mais característico na música cantada em esperanto. A citar, de entre os mais populares das décadas mais recentes, [gastoj.htm#fjomo JoMo] (Jean‑Marc Leclercq), Miqaĭl Bronŝteĭn, Gianfranco Molle, Ẑomart Amzeev, Roman Bura, Nataŝa Gerlaq, Jacques Yvart, Jerzy Handzlik, ou Vladimir Xixkin.
Os temas interpretados são frequentemente de produção original, não raro com textos de poetas esperantistas, embora sejam também frequentes as traduções de temas provenientes de tipos musicais muito característicos desta ou daquela cultura (como no caso do fado) ou de covers da música popular internacionalizada — estes últimos mais para serem cantados por entusiastas do que para uma apresentação em palco ou estúdio. Marginalmente, não é de deixar de referir a utilização que tem sido dada ao esperanto por músicos não‑esperantistas, desde as ocasionais interpretações de Elvis Costello à utilização menos clara (mas nem por isso menos digna de nota) no clip de lançamento de HIStory de Michael Jackson.